#somostodosamericanos

Muitos de nós, no caso, somos apenas latino-americanos (risos, choros). O seminal "THE AMERICANS" volta às livrarias do país através do Instituto Moreira Salles, que fez uma retrospectiva da obra do grande Robert Frank, 94 anos, nas paredes da unidade em São Paulo - e relançou o clássico da fotografia mundial no Brasil. Custa R$ 90 e vale demais!

Entre 1955 e 1957, Frank viajou com o seu equipamento em um carro velho por cerca de nove meses, com tudo pago por uma bolsa da Guggenheim Fellowship. Ele quis fazer um apanhado do seu país nos anos 1950 e foi além. Podemos dizer, sem medo do exagero, que ele retratou a sociedade americana da época. Dos 28 mil registros, 83 fotos entraram na edição final. Através dessas imagens, espiamos pela fresta os hábitos, as roupas, o orgulho dos seus compatriotas e tantos lugares que não existem mais, como a maioria dos personagens.

Taí um ótimo presente de fim de ano, diga-se. As fotos de Frank são alucinantes e essa coleção deu origem à street photoghaphy (fotografia de rua), uma vertente importante do universo fotográfico. O legendário prefácio de Jack Kerouac (1922-1969) foi replicado nas páginas iniciais da edição brasileira, com um plus: a pergunta que ele faz foi respondida outro dia mesmo.

O poeta beatnik arremessa: "E digo ainda: aquela ascensorista solitária suspirando num elevador cheio de demônios indistintos, qual é o nome e o endereço dela?". Sharon Collins, moradora de San Francisco, apareceu todo esse tempo depois. Aliás, eis uma boa história contada (primorosamente) por Dorrit Harazim, na Revista ZUM. Pula pra lá!